Como Desenvolver A Sua Marca - As Dicas Da Diva



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Como Desenvolver A Sua Marca - As Dicas Da Diva
A norte-americana Karen Post, conhecida como a Branding Diva, é especialista em marca pessoal. Autora de livros, palestrantes e consultora, ela dá aqui uma entrevista exclusiva para ajudá-lo a desenvolver sua própria marca.

Em um mercado com tantas pessoas fazendo os mesmos cursos, buscando desenvolver as mesmas qualidades, como é possível ter uma marca única?
Isso é possível se você partir de um plano estratégico. Há muitas pessoas competindo pelo mesmo lugar, mas vale o mesmo em um supermercado. A chave para construir uma marca para um produto ou uma pessoa são as seguintes:
Comece com a definição do que é sua essência - sua proposta, seus pontos diferenciais, sua personalidade, sua promessa de marca (o que você vai dar às pessoas).
Uma vez que você definiu isso, torna-se o dna de sua marca para todas as atividades e ações. Elas precisam ser coerentes com o que você descobriu sobre sua essência. A maneira como você se promove deve sempre estar visando seu valor de marca. Ele é alcançado pela expertise que você tem no assunto com o qual lida, pela capacidade que tem de ser bem lembrado na área em que atua, sendo coerente com sua mensagem em todas as esferas em que se relaciona com as pessoas e por manter um altíssimo nível de integridade.

Na sua opinião, quem são os homens ou mulheres de negócios que melhor imprimiram sua marca no mercado?
Existem muitos. Martha Stewart, a diva doméstica, Donald Trump, o homem do mercado imobiliário, ou, internacionalmente, Richard Branson, da Virgin.

Uma vez que você descobre sua marca pessoal, como você mostra isso para o mundo sem parecer um produto em um supermercado?
Você se mantém autêntico e verdadeiro com sua essência. Por exemplo, eu sou a Branding Diva. Minha personalidade não é tímida, é bem humorada e não tenho medo de me distinguir.
Toda a minha comunicação é estilizada a partir disso. Quando eu falo em uma grande empresa, , eu visto uma jaqueta de couro vermelha, jean preto e minha camiseta “diva”. Minha apresentação tem música, energia e humor. Tem tudo a ver com quem eu sou.

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Como Calcular o Valor de Uma Empresa?
Era muito comum até pouco tempo atrás, ao se avaliar uma empresa, somar apenas os ativos principais (bens móveis e imóveis, créditos financeiros, estoques de matérias-primas e produtos) e deduzir o passivo (obrigações financeiras e os demais custos).
Só que hoje sabemos que um dos maiores bens de uma empresa são as suas marcas. A marca Coca-Cola (a mais valiosa do mundo), por exemplo, vale sozinha algo em torno de 48 bilhões de dólares.
Outro exemplo é a Kibon, que foi vendida por 930 milhões de dólares em outubro de 1997, cujas vendas atingiram 332 milhões de dólares em 1996 com um lucro líquido de 75 milhões de dólares. A questão é: a Unilever não pagou 930 milhões de dólares por uma fábrica de sorvetes, mas sim pela posição comercial das marcas da Kibon. Trata-se de uma sutileza conceitual das mais importantes - remunerada, no caso, em algumas centenas de milhões de dólares.
O que levou a Unilever a pagar tanto pelas marcas da Kibon? Para entender adequadamente essa questão é preciso reconsiderar tudo o que aprendemos até agora sobre os elementos que, compõem o valor de uma empresa. É uma tarefa desafiadora. Habituamo-nos conviver com parâmetros físicos (materiais) para alimentar a idéia de que uma empresa (de produtos ou de serviços), vale aquilo que os nossos olhos conseguem enxergar.
Observemos também um ícone global como a Nike. A empresa nada possui que corresponda às dimensões da sua liderança no segmento de material esportivo. A imensa maioria de seus ativos é de intangíveis. Aos consumidores da marca Nike pouco importa saber como e onde são produzidos os tênis que compram. São atraídos pelos valores que a marca Nike traduz. Trata-se de um modelo até certo ponto singelo: criar uma empresa virtual. Com ele você não precisa capitanear um parque industrial. Basta contratar a produção onde os custos sejam mais baixos e a mão-de-obra mais eficiente. Não é necessário investir tempo e trabalho na paranóía de focar padrões de qualidade que há muito deixaram de ser o principal fator diferencial de competitividade.
O fabricante deve produzir as encomendas de acordo com os padrões que você e sua empresa estabeleceram. Ele vive disso. Se não o fizer a um custo competitivo, rua com ele. Nem mesmo a armazenagem, distribuição e assistência técnica necessitam ocupar o seu tempo. Há empresas especializadas nessas funções que operam com elevados níveis de eficiência. Thomas Stewart, editor da fonune e autor de “O Capital Intelectual”, lembra que, além da Nike, muitas corporações gigantescas praticamente não possuem ativos tangíveis. É o caso da Visa. Movimentando acima de 300 bilhões de dólares por ano, os ativos materiais da Visa limitam-se a mesas, cadeiras e computadores, uma vez que as linhas telefônicas e os espaços físicos são propriedades que podem muito bem ser alugadas. Para muitas empresas, o ativo intangível serve hoje de lastro para a captação de capital e novos investimentos. Alguns exemplos:
A Carnation, uma subsidiária da Nestlé, conseguiu captar recursos no mercado americano oferecendo suas marcas como garantia.
Uma rede americana de hotéis vendeu e em seguida alugou sua marca de um banco por 100 milhões de dólares por um período de 15 anos. Ao final do contrato, a marca será recomprada pelo valor simbólico de 1 dólar.
A Du Pont avalia suas marcas para decidir sobre investimentos em comunicação e para estabelecer com precisão o valor adequado das taxas de licenciamento.
É evidente que quando se pensa em produtos de massa como os tênis da Nike ou as curvas da garrafa de Coca-Cola (uma empresa que também licencia a produção e a distribuição) fica clara a importância da marca. Ocorre que esse ativo intangível passou a ser valorizado também em setores com pouco ou nenhum apelo para o consumidor final. Veja o que constatou uma pesquisa feita pela economista americana Margaret Blair, da Brookings Institution. Em 1982, o património físico de indústrias e mineradoras correspondiam a 62% de seu valor de mercado. Dez anos depois, apenas 38%.
É lógico pensar que a Unilever comprou as marcas da Kibon para continuar a produzir e distribuir o padrão de sorvetes que elas carregam. Nesse caso, a compra incluiu as fábricas, máquinas e equipamentos. Há outros casos em que o valor não está vinculado a um parque industrial. Marcas de times de futebol brasileiros, por exemplo, são hoje alvos prioritários de bancos internacionais. O que elas produzem? Bem, tudo ou nada além da cíclica habilidade futebolística. Seu valor em dinheiro é materializado em contratos de patrocínio ou de licenciamento. Seria o futebol um caso isolado? Considere então a Hering, que está deixando de ser uma indústria têxtil tradicional para se tornar uma licenciadora de suas marcas.
Com tudo isso, os profissionais das áreas de Finanças e Marketing e mesmo empresários às vésperas de vender ou comprar uma empresa continuam a ignorar a importância financeira da marca. Tudo deriva da falta de critérios universais para empreender a tarefa. Por que o capital está mais voltado para ativos físicos que intangíveis? “Porque os seus retornos são mais difíceis de serem medidos”, afirma o professor de Harvard Michael Porter.

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A Marca Certa
O nome Alto Astral Presentes já é referência de qualidade em todo Brasil. Mas o surgimento dessa marca é bastante curiosa: “Antes a nossa empresa chamava-se Qualidade Total, pois éramos representantes e queríamos que os clientes associassem nossa linha de produtos ao que existe de melhor no mercado.” - conta Flávio Del Puente, fundador da empresa - “Mas quando fundamos nossa própria fábrica, percebemos que esse nome já não era mais apropriado, faltava algo que nos remetesse à Nova Era. O nome Alto Astral Presentes caiu como uma luva, pois desde do tempo da Qualidade Total já falávamos que nosso trabalho é 100% Alto Astral!”
Leia a entrevista exclusiva que o criador da marca Alto Astral Presentes deu ao Marketing da Nova Era.

Marketing da Nova Era: como surgiu a idéia do nome Alto Astral Presentes?
Flávio: Enquanto procurava um novo nome, eu pensava nas palavras ou expressões que caracterizam nosso trabalho: “alegria”, “entusiasmo”, “dedicação”... Foi quando eu bati os olhos em uma carta de um cliente elogiando nosso jeito da trabalhar: “Vocês são muito Alto Astral!” Deu um estalo: “É isso!!!”

Você acha que toda marca deve vir de um estalo? De um insight?
Tenho certeza que sim. Todas as criações tem seu período de uso. a criação de uma marca deve ser para sempre. Deve gerar no mercado consumidor o mesmo efeito que é capaz de produzir no seu criador: um estouro, um impacto muito grande.
A marca é o maior patrimônio de uma empresa, por isso deve ter um significado especial.
Além disso, deve dizer em uma, duas palavras, a missão e o objetivo do negócio.

O nome Alto Astral Presentes já foi muito copiado. Isso atrapalha os negócios da sua empresa?
Em meados da década de 80, incomodou. Muita gente chegou a confundir nossos produtos com umas imitações baratas. Depois que acionamos a justiça, muitos desistiram da idéia de imitar, piratear nossa marca.
A partir de 2000, com nossa marca plenamente consolidada, cada cópia já era percebida como um falsificação desqualificada. muitos clientes já diziam: “Só queremos a verdadeira Alto Astral!”

Como os clientes poderiam diferenciar o produto verdadeiro de um falsificado?
Nossa logomarca é um sol sorrindo, que - além de passar a imagem de alegria e satisfação - sempre ajudou a diferenciar o verdadeiro produto Alto Astral.

Você é formado em propaganda & Marketing e trabalhou muitos anos em agências de publicidade. Essa experiência foi importante para poder criar marcas tão importantes no mercado da Nova Era?
Sem dúvida. Não existe mais espaço para amadorismo. O consumidor brasileiro já faz questão de uma boa marca, uma embalagem bonita, uma exposição agradável...

O que é mais importante para o consumidor brasileiro hoje em dia?
O cliente quer ter a impressão que está adquirindo o melhor artigo que existe, e não podemos decepcioná-lo!
O cliente quer qualidade, preço justo, enfim - quer muito Alto Astral!